Não há nada pior para uma pessoa ansiosa do que desapontar alguém. A sensação vai além do desconfortável; chega a ser paralisante.
Por mais que você ache que se forçar a agradar a tudo e a todos é a coisa certa a se fazer, essa prática mostra-se egoísta e desgastante, uma vez que seus próprios desejos, valores e prioridades são deixados de lado por conta de um “bem maior”.
No texto de hoje eu vou te mostrar:
Por que a ansiedade está tão conectada ao medo da rejeição;
Como saber se você está preso nesse ciclo de aprovação;
Práticas para sair desse buraco;
Por que a ansiedade está tão conectada ao medo da rejeição?
Desde pequenos, somos ensinados — direta e indiretamente — que segurança e aprovação são sinônimos. Isto é, eu só serei amado e protegido caso faça por merecer.
O que para nós, ou melhor, para a criança, traduz-se para: não fazer bagunça e ser obediente.
Aqui você deve estar se questionando: “mas Junior, o que há de tão errado em querer que meus filhos ajam assim?”
Eu te respondo: não há problema nenhum.
A questão é: você deixaria de proporcionar amor e segurança aos seus filhos caso eles façam o oposto? — chegamos no ponto central desse texto!
Essa necessidade de obediência, com o passar dos anos, torna-se necessidade de aprovação. A criança que aprendeu que só seria amada e protegida se fizesse a vontade dos pais, hoje, é o adulto que vive para agradar aos outros.
Para ele, a palavra “eu” foi extinguida do vocabulário. Não importa o que EU quero, o que EU sinto, o que EU não gosto e quem EU sou. Tudo o que importa é o que os OUTROS querem, o que os OUTROS sentem e o que os OUTROS gostam e deixam de gostar.
É justamente nessa inversão de preocupação que a ansiedade ganha forças.
Como saber se você está preso nesse ciclo de aprovação?
Indo direto ao ponto, há alguns padrões para ficar de olho que podem dizer se uma pessoa tem necessidade de aprovação ou não. São eles:
1. Você evita expressar opiniões contrárias.
Seja em um relacionamento, em uma conversa com seus pais ou no bate-papo com seus amigos, evitar discordar/dar uma opinião, mesmo quando sente que deveria, pode ser um bom indício.
Isso se deve pelo medo excessivo de causar qualquer tipo de desconforto por parte dos outros e ser julgado.
2. Suas decisões dependem de outras pessoas.
Aqueles que anseiam pela aprovação alheia, normalmente, também são aqueles que não são capazes de tomar as próprias decisões — ou, quando tomam, é com base na validação de terceiros.
É o clássico: “preciso ver com fulano e ciclano antes”, ou “se fulano e ciclano quiserem, eu também quero”.
3. Repulsa ao desagradar.
Dizer um simples “não” é uma tarefa extremamente árdua e desgastante para você (quase como se estivesse em trabalho de parto).
E o pior de tudo: quando você finalmente vence essa batalha e consegue, mesmo que por um breve momento, colocar a sua vontade perante os demais, uma culpa e um medo sorrateiros tomam conta de você, quase como se tivesse cometido um crime.
Práticas para sair desse buraco:
A primeira coisa para se levar em consideração é saber de fato quem você é — eu sei, isso é bem clichê, mas é a verdade. Eu não estou falando nada de outro mundo, mas sim do básico: quais filmes gosta de ver, qual a comida que mais curte comer, é mais introvertido ou extrovertido? O básico mesmo.
Pare por 5 minutos e tente fazer esse exercício de autoanálise sozinho (é importante para prosseguir a leitura).
Feito? Maravilha! Agora eu vou te propor uma parada mais prática para te ajudar a lidar com o medo de desagradar as pessoas, ou seja, o medo de dizer “não”.
Para isso você precisará apenas de:
Papel e caneta;
Um tempinho de sobra todo dia para preencher o papel;
Sabe aquele seu caderno velho de metas que você nunca preencheu, ou aquela agenda que tá de enfeite na sua mesa de trabalho? Então, isso será o seu Diário do Não — eu sei, eu sei, o nome é bem brega, mas o que importa é o resultado —, nele você irá descrever todas as vezes que disse “sim”, mas que, no fundo, queria ter dito “não”.
Para isso, tire uns minutinhos antes de dormir e pense sobre o seu dia, sobre todas essas situações que podem ter ocorrido, como você lidou com elas e o que sentiu depois — faça isso todos os dias, durante pelo menos 1 mês.
Por quê tudo isso?
Simples, pois antes de buscar a solução para o problema, você precisa, primeiro, saber que problema é esse e como ele afeta a sua saúde (física e emocional).
Mas caso você queira algo mais direcionado e duradouro, clique aqui para responder ao meu formulário de aplicação para uma consulta de orientação comigo.
Por hoje é só,
Junior.