Se o tempo está passando rápido demais, talvez o problema não seja o tempo
Como retomar o controle da sua rotina antes que ela te engula
Se todos nós temos as mesmas 24 horas, por que parece que, para alguns, elas passam num piscar de olhos? Você mal piscou e… o mês acabou (a frase rimada não foi proposital, juro).
Já é sexta-feira de novo? Já é março? Já estamos terminando o primeiro trimestre do ano, mas parece que ele mal começou?
Pois é. Parece que o tempo realmente está voando. E mesmo assim, temos a constante sensação de estarmos sempre atrasados para alguma coisa — para o trabalho, para se formar na faculdade, para construir uma família, atrasados para a vida.
Mesmo que você tenha feito tudo o que estava na agenda, cumprido prazos, entregado tudo direitinho… ainda assim, sempre sobra aquela impressão incômoda: “poderia ter feito mais. Era para ter dado conta de tudo.”
Mas será que o problema é o tempo? Ou a forma como a gente tem se relacionado com ele?
Você não está vivendo — só está correndo.
Peço desculpas de antemão pelo termo, mas nós vivemos correndo atrás do próprio rabo o tempo todo.
Enquanto responde uma mensagem qualquer no WhatsApp, já está pensando na próxima reunião.
Enquanto come, já está preenchendo a lista do mercado com o que falta.
E quando percebe… o dia acabou.
O mais doido? Seu cérebro nem teve tempo de registrar o que aconteceu.
A verdade é que a sua mente está no modo acelerado, como se o seu dia, e a vida no geral, estivessem presos na velocidade 2x — podemos até ter a falsa sensação de estar consumindo mais em menos tempo, mas na verdade, além de não compreender tudo o que aconteceu, jogamos esse mesmo tempo no lixo.
Ou seja, quando você não está presente no presente, o tempo passa sem deixar memórias para trás — daí a sensação de que ele simplesmente evaporou.
Sinais de que isso está te adoecendo:
Talvez você se engane alegando estar sendo “produtivo”. Mas têm alguns sinais que mostram que essa forma de viver está te drenando por dentro:
Você sente culpa por tirar um tempo só para você;
Sua semana passa voando e você mal consegue lembrar o que fez;
Parece que está sempre atrasado, mesmo quando está em dia com tudo;
No tempo livre, você se entope de redes sociais ou qualquer distração que evite o silêncio;
Você sente que está apenas existindo, não vivendo;
Soa familiar?
O problema não é a falta de tempo. O problema é que a sua mente está sempre correndo para o próximo momento, sem nunca aproveitar o agora.
Três coisas que podem te ajudar a “retomar o fôlego”:
Você não precisa se tornar monge nem meditar horas por dia para desacelerar a mente. Comece pequeno. Comece por aqui:
1. Crie pausas reais ao longo do dia:
Ao invés de emendar uma tarefa direto em outra (como sair de uma reunião e logo em seguida abrir o WhatsApp ou pular do trabalho para lavar louça), crie pequenas pausas de uns 5 minutos entre esses blocos do seu dia.
Nada muito complexo, como fechar os olhos e se concentrar na sua respiração, fazer um alongamento leve (pescoço, ombros e costas), trocar de ambiente (mesmo que seja só levantar da cadeira e ir até a sacada) ou colocar alguma música só para dar aquele reset.
Isso ensina seu cérebro a “encerrar” mentalmente uma etapa e começar a outra com mais presença. Você sai do modo automático sem precisar de grandes pausas.
2. Desative as notificações por ciclos:
Não precisa abolir o celular e nem viver desconectado. A ideia aqui é criar janelas específicas de foco profundo e presença total:
Escolha três períodos do dia em que você vai desativar todas as notificações (modo avião, modo foco ou não perturbe).
Pode começar com:
1 hora pela manhã (antes de abrir o WhatsApp).
1 hora depois do almoço.
1 hora antes de dormir.
3. Diário de presença:
Ao invés de anotar tudo o que você fez no seu dia, tarefas que conseguiu cumprir, as que não conseguiu, como um checklist, anote o que você realmente viveu — momentos que percebeu, sentiu e notou de verdade.
Por exemplo: À noite, antes de dormir, escreva 3 momentos do dia em que você se sentiu no presente (mesmo brevemente):
“Senti a água quente no banho.”
“Ouvi o som dos pássaros no meio da tarde.”
“Tive uma crise de riso pela tarde com fulano do trabalho.”
Quanto mais específico e detalhista você for, melhor.
Isso treina o seu cérebro para buscar esses momentos no dia seguinte. E quanto mais você percebe, mais o tempo parece desacelerar.
Mas se você, assim como eu, é curioso sobre o assunto, aqui vão dois livros que podem te ajudar de verdade a reorganizar e transformar sua relação com o tempo:
“Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust: um mergulho lindo (e profundo) sobre como vivemos os momentos — e como esquecemos deles.
“O Poder do Agora”, de Eckhart Tolle: um guia direto e acessível para entender como viver no presente pode transformar tudo, inclusive sua ansiedade.
Um último toque antes de finalizar o texto:
Você não foi feito para viver no limite.
Você não precisa correr para se provar.
E você não precisa estar sempre ocupado para se sentir valioso.
Às vezes, a coisa mais importante que você pode fazer… é parar. Respirar. E voltar para si.
Afinal, o tempo não acelera. Nós é que estamos correndo rápido demais.
Adhunā te śaktiḥ asti, agniḥ ca antaḥ prajvalati.
(O agora é sua força, e o fogo arde dentro de você.)
Com carinho,
Junior.
→ Eu criei um grupo no WhatsApp para te ajudar com problemas como esse. A ideia é soltar áudios diários (de segunda a sexta) com conteúdos profundos e diretos sobre ansiedade, autocontrole emocional e como vencer a mente no dia a dia.
Para entrar no grupo basta clicar bem aqui.
Te vejo lá!
Muito interessante viu👋🏽👊☺️💕🕊